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Artigos 04/06/2018

Petrobras: Mitos e Verdades

Autor: André de Almeida

O mito da fênix, que nas mitologias grega e egípcia é um pássaro que quando morria ardia em chamas, renascendo das próprias cinzas, reflete a importância da resiliência e da capacidade de renovação.

Entretanto, incapazes aceitar a verdade ou renovar seu discurso, alguns grupos ainda se utilizaram da imprensa e das mídias sociais para criticar a Petrobras e seus acionistas minoritários, alegando que: (i) seriam eles especuladores ianques, ou “abutres”, indevidamente beneficiados com a iminente homologação do acordo na class action que objetivou ressarcir os investidores (grande parte deles brasileiros, cumpre esclarecer) que adquiriram ações da companhia no exterior e sofreram prejuízos em consequência das revelações feitas pela Operação Lava Jato e; (ii) tal o acordo não atenderia aos reais interesses da companhia.

Como era de se esperar, deste monte de cinzas não surge nada de novo, mas apenas a repetição do velho discurso que, sob uma pseudo retórica nacionalista, se utiliza de argumentos falaciosos, ao criticar a Operação Lava Jato e aqueles que legalmente buscaram defender seus interesses, na tentativa de desviar a atenção daqueles efetivamente responsáveis pela corrupção sistêmica que assolou a companhia.

Contudo, mesmo num mundo em que o neologismo pós-verdade foi cunhando para descrever a tentativa de influenciar a opinião pública com o apelo às crenças irracionais, em detrimento dos fatos, não é difícil afastar os argumentos utilizados, por não terem qualquer fundamento.

Em verdade, estamos seguros que mencionada class action representou, efetivamente, um avanço que será lembrado como um marco na ética empresarial brasileira e fundamental para a recuperação da Petrobras uma vez que, contrariamente ao afirmado pelos críticos, foram o uso político da companhia e a corrupção desenfreada as razões que minaram a confiança dos mercados, com grave dano a sua imagem institucional.

Uma correção de rumos era imperiosa e somente o reconhecimento de seus erros e sua efetiva reparação podem garantir que uma companhia desta magnitude e importância possa continuar atuando internacionalmente, de forma que a renovação da Petrobras reflete a maturidade de reconhecer que aqueles que querem se beneficiar das vantagens oferecidas pela economia global devem aceitar as regras a ela inerentes, dentre as quais a transparência e a boa governança corporativa.

Esperamos que, por meio desta atitude, a Petrobras deixe definitivamente no passado as ideias e práticas equivocadas, que quase a reduziram a cinzas num passado recente, e retome sua trajetória de sucesso com base em princípios éticos sólidos, que permitam as renovações há muito necessárias.

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